quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O dia do trote.

É gente, eu cai na história da calculadora de GRP.

Tudo começou assim:
- Rafa, vai lá na mídia e pega uma calculadora de GRP. Vou precisar fazer umas contas amanhã numa reunião em Itajaí. Pega lá.

Gente, eu sou prestativa. Lá fui eu, na mídia.
A Ju e a Carol Popp começaram a abrir armários e gavetas. Tiraram todos aqueles livros de veículos procurando a calculadora. A Carol disse por fim que tinha emprestado a calculadora pro Luqui da produção. Lá fui eu.

- Luqui, estou procurando a calculadora de GRP, está com você?
- Não.
- A Carol disse que te emprestou.
- Deixa eu ver (abre gaveta, levanta da cadeira, vira, mexe). Não tá comigo não Rafa, pergunta se tá na criação.
- Bart, você está com a calculadora de GRP?
- Eu não, talvez esteja com a Neusa.
- Neusa, tá com você?
- Calculadora? Pra quê que eu preciso de uma calculadora? Calculadora é coisa de financeiro. Vá procurar lá.

Fui. Na hora eu não notei, mas todas estas pessoas que falaram comigo ou ouviram eu pedindo pela caculadora de GRP estavam me seguindo. Na hora, você só quer resolver. Só quer achar o treco e partir para o próximo job. 20 pessoas me seguindo e eu achando tudo normal.

- Flávia, vocês têm calculadora de GRP? Ninguém encontra a da agência e disseram que talvez tivesse alguma aqui no financeiro.
- Olha Rafa, de GRP eu não tenho. Mas eu tenho esta calculadora aqui que deve ter esta função.

Saí feliz da vida com uma HP financeira na mão. Cheguei no atendimento e entreguei a calculadora. Bomba:
- Que calculadora é essa? Eu pedi uma calculadora de GRP. Você não sabe a diferença entre uma calculadora de GRP e uma calculadora financeira? Essa só tem função GTO, não tem GRP.

Arrasada, voltei pro financeiro e devolvi a calculadora. Na volta, alguém (não lembro quem) me abordou e disse:
- Vou te ajudar. A Kauana, minha amiga da Z tem esta calculadora. Ela vai te emprestar. Tá aqui o número. Liga pra ela.

Liguei.
- Oi Kauana, eu sou a Rafaela da Propeg, estamos precisando de uma calculadora de GRP, você tem alguma para me emprestar?
- Oi, eu tenho a calculadora sim. Mas me desculpe, eu não posso emprestar. É uma calculadora muito cara. Custa mais de R$ 1.200,00.
- Mas é só pra uma reunião, vamos devolver....
- Sem chance, a calculadora é rara. Difícil de achar. Não tenho como emprestar.

Sem sucesso, comecei a perguntar pra outras pessoas o que eu poderia fazer para encontrar. A Val me deu uma dica brilhante:
- Liga pra tudo quanto é loja de eletrônicos. Magazine Luiza, Ponto Frio, Casas Bahia...a gente tem que achar a calculadora. A reunião é amanhã.

Peguei a lista telefônica e comecei a ligar de loja em loja. Esta foi a parte mais bizarra. Ninguém entendia que porra era essa de calculadora de GRP. E eu ainda explicava para os atendentes: é uma calculadora que serve para fazer contas de mídia.

Entendida eu que só. Já sabia até pra que servia a calculadora.

Aí veio o momento que separa a preocupação de não ter encontrado o que me pediram com o desespero. A Erika entrou na sala falando alto.
- O que é que está acontecendo aqui? Me falaram que vocês perderam a calculadora de GRP de novo! Que absurdo, vocês perdem tudo nessa agência. Vocês sabem quanto custa? Mais de MIL E DUZENTOS REAIS! Vocês devem estar de palhaçada. Eu não quero nem saber. Alguém tem que achar esta merda desta calculadora.

E esse alguém era eu.

Procurei pelos armários, nas mesas e etc. Óbvio que não achei nada. Fui embora preocupada.. Já estava longe da agência quando o Guilherme me ligou.

- Rafa, você achou a calculadora que eu te pedi?
- Não Guilherme, me desculpa, eu procurei a tarde toda.... (voz de choro)
- Não acredito, como é que eu vou fazer minha reunião amanhã?
- Eu liguei até em outra agência Gui pra pedir emprestado, procurei em lojas pra comprar mas ninguém tinha (voz de choro desesperado)
- Rafa, você sabe por que você não achou a calculadora?
- Não..................... (já quase soluçando)
- Porque não EXISTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Tenho medo de pensar que talvez eu estivesse no viva voz e todos estivessem ouvindo. No dia seguinte fiquei na dúvida se devia voltar ou não para o estágio. Que vergonha. Perder um dia inteiro procurando por uma parada que não existe.

Ainda bem que eu voltei. Ainda bem que vivi aquele tempo bom. Trote não era assédio moral e brincadeira não tinha hora.




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